Escrita de paratextos


Oficina

22 de junho de 2024

9h—12h

Atelier Davi Cavalcante (Aracaju/SE)


“Escrita de paratextos”, atividade de caráter experimental, dedica-se à análise e à elaboração de textos liminares — ou da instância prefacial (orelhas, prefácios e posfácios) — para livros de preferência dos participantes. Ou seja, material já publicado, mas ao qual se pode adicionar elementos e significados. Na oficina, fazemos um percurso que, a princípio, intercala a leitura de exemplos com a apresentação de conceitos extraídos do livro Paratextos Editoriais, de Gérard Genette, a partir do qual refletimos sobre os usos da instância prefacial. Elaboramos estudos de caso com as obras de Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Mário de Andrade. Em seguida, os participantes se dedicam à escrita de um texto liminar sobre uma obra que selecionaram previamente. Ao final, comentamos os resultados do exercício.


Roteiro


1. O “Prefácio interessantíssimo” (Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade):

a) Caso de texto prefacial — ou texto liminar — autoral;

b) Irônico, fragmentário e especulativo.


2. A instância prefacial (Paratextos Editoriais, de Gérard Genette):

a) Circunstâncias: lugar e tempo;

b) Oposições: preliminar ou pós-liminar; autoral ou alógrafo;

c) Caráter discursivo e rupturas;

d) Estudo de caso: “Poema-orelha”, de Carlos Drummond de Andrade;

d) Prefácio como forma de amortecimento: adiar o começo da obra;

e) Estudo de caso: "Como escrevi o Romanceiro da Inconfidência", de Cecília Meireles.


3. Atividade:

a) Escrita de texto prefacial;

b) Leitura.


Referências bibliográficas


ANDRADE, Carlos Drummond de. “A vida passada a limpo”. In: Nova reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

ANDRADE, Mário de. “Paulicéia Desvairada”. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro: Vida Melhor, 2009.

GENETTE, Gérard. “A Instância Prefacial”. In: Paratextos Editoriais. Tradução de Álvaro Faleiros. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.

MEIRELES, Cecília. “Como escrevi o ‘Romanceiro da Inconfidência’”. In: Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.


Referências secundárias


CARVALHO, Dayanne. Quando Deus mandou a chuva que molhou a terra. Aracaju: autopublicação, 2024.

DAMASCENO, Rodrigo Lobo. Casa do Norte. São Paulo: Corsário-Satã, 2020.

GIDE, André. “Apêndice”. In: Córidon. Tradução de Hamílcar de Garcia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.

GARCIA, Marília. Parque das ruínas. São Paulo: Luna Parque, 2018.

KAPLAN, Leslie. O inferno é verde. Tradução de Zéfere. São Paulo: Luna Parque, 2018. 

MACHADO, Hilda. Nuvens. São Paulo: Editora 34, 2018.

MOLDER, Maria Filomena. Cerimônias. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2017. 

ROCHA, Lucas Ribeiro Rocha. Carne sísmica. Aracaju: edições blague, 2021.